quarta-feira, 4 de maio de 2011

Foi um jogo de futebol com política pelo meio, ou política com futebol antes e depois?

Quem diria?  Sócrates a ter que esperar pelo fim da 1ª parte do jogo Barça x Real e pelo apito do arbitro para poder começar a falar.
Já vi políticos acabarem com entrevistas por menos. O homem não se sente ofendido? pensei.

Após uns minutos de reflexão, que  eu não sou assim tão rápido no raciocínio, começou-se a fazer luz nesta minha cabecinha..  

Comentários à parte, sigam lá o meu raciocínio:
Qualquer outro recusar-se-ia a subalternizar-se a um jogo de futebol.
Mas Sócrates não. Ele é um animal político.

A escolha do momento não podia ser melhor. Horário nobre, fortemente publicitado - Barça x Real no canal 1!!
Audiência no máximo.

O povo à espera da "Remontada", cervejas frescas, amigos reunidos à volta da televisão, a disputa clubista muito suave ( o jogo é Espanhol. Eles que se zanguem ), a expectativa de um grande espectáculo de futebol. Um serão excepcional!

E o povo teve o que esperava.
Um jogo bem jogado, alguma polémica. Um verdadeiro espectáculo  televisivo.
Haverá melhores condições para potenciar ao máximo a receptividade a uma mensagem? Não. Melhor ninguém conseguiria.

E foi assim que Sócrates, secundarizando a política ao futebol, conseguiu uma audiência record.

E mais que isso, uma audiência receptiva, entretida, descontraída. Um alinhamento perfeito. Tenho que admitir que o homem é um animal político.

Mas tem mais.
Para empolgar ainda mais o povo, Sócrates fez um anuncio de boas notícias; haverá subsídio de férias e de natal, não acontecerão mais cortes nos salários nem nas pensões mais baixas, não acontecerão despedimentos,.... só coisas boas.

E o povo, pá?
O povo suspirou de alívio, fez um xixi e sentou-se para ver a 2ª parte.

O gajo é mesmo porreiro, pá!

José Soluciolino

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