A banca. O encerramento de balcões. O BES. O Sr. Ricardo Salgado. O que ele disse quando, em contra ciclo, abria mais um balcão nos Açores.
Uma conversa entre amigos que eu não conheço. O que eu ouvi dessa conversa. O que eu entendi dessa conversa.
Deixemo-nos de conversa.
A banca a financiar-se a juros três e quatro vezes acima do habitual, a quem está a emprestar? A quem lhe dará jeito emprestar?
Aos privados para habitação?
A actividades de investimento de retorno demorado?
Com os juros regulados tão por baixo, não ganham nenhum mesmo triplicando os spread's, mesmo cortando na parcela a financiar, mesmo segurando o crédito.
O lucro não é satisfatório.
Então, onde vender o dinheiro?
No crédito ao consumo disse o interlocutor que eu ouvia disfarçadamente.
No crédito de curto prazo onde o lucro é bem avantajado e o tempo de reembolso é mais rápido.
No crédito onde os montantes em risco são pequenos, muito dispersos, e com menor impacto para os bancos, quando, para desgraça do papalvo, algo corre mal.
Ouvido isto, a conversa continuava já só entre os amigos que eu desconhecia.
Desligados os ouvidos ocupava-me agora na validação daqueles argumentos.
Sem certeza nenhuma só recordava a voz muito simpática da uma menina de um call center que na véspera me ofereceu um serviço bancário que eu recusei sem o chegar a conhecer.
Ouvida a conversa daqueles dois amigos que eu não conheço, reconheço que teria sido útil ver até que ponto me levaria a conversa telefónica com aquela voz tão simpática.
Fica p'rá próxima. Está decidido.
José Soluciolino
Sem comentários:
Enviar um comentário