Não se trata do filme sobre um rei gago que teve que aprender a falar em público. Nem se trata de um actor (com cê) candidato a um Óscar.
Trata-se sim do discurso de um presidente que não gagueja mas que se candidata a um zé povinho de barro.
O discurso pouco tem de novo ou de inovador. Só num pequeno detalhe foi revolucionário.
E é sobre esse pequeno detalhe que quero falar. "...jovens, façam ouvir a vossa voz... "
Apesar do PR parecer trocar a mascara que usava por uma de revolucionário, não o vejo a encabeçar o movimento contestatário a que deu incentivo.
Não o imagino de megafone na mão ao lado dos jovens à rasca no dia 12 ao estilo " homens da luta" Nâ! Nâ acredito.
Afinal quem estará ao lado deles? Algo me diz que estarão sozinhos.
E é bem melhor que assim seja. Aliás, António Capucho afirmou na SIC que não há politico ou grupo político que não queira estar junto dos jovens à rasca mas que nenhum deles sabe bem o que representam ou como os representar.
O mal deles é pensar que estes jovens tem um ideal político comum.
Pensam mal.
Estes jovens são anónimos, individualistas, apolíticos, egoístas mesmo e que estão no mesmo grupo, não por vontade própria mas porque a maldade da governação (toda a governação) os encurralou no mesmo limbo.
Cada um a tentar fugir por si só, sem saberem ao certo como, vêem-se envolvidos numa fuga colectiva.
Atrevo-me a dizer que muitos indivíduos no mesmo lugar e na mesma situação podem formar uma multidão mas não necessariamente um grupo.
O PR, ao querer mostrar serviço muito cedo, dá um incentivo aos jovens mas, sem apontar caminhos ou objectivos.
Corre o risco de ser tratado como todos os outros políticos.
Com um manguito à Zé Povinho.
É que mesmo não querendo, ele também é um político. E profissional!
José Soluciolino
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