sexta-feira, 8 de julho de 2011

A fábula dos Super homens ou os mágicos do tempo.

Era uma vez um reino com senhores tão bons e tão fortes que tudo podiam. Tudo ou quase tudo.
Quase tudo. Assim é que é. Podiam quase tudo.

Era uma vez um reino com senhores que podiam quase tudo.
Conseguiam, com uma capacidade sobre-humana, a realização de muitas tarefas em simultâneo. Conseguiam manter-se sentados uma enormidade de tempo, enquanto descontraidamente assistiam a discussões e anuíam gravemente com algumas das opiniões que escutavam.
E ainda, sem que aparentassem grande esforço, rabiscavam aqui e ali, nos cantos de folhas meticulosamente dispostas em montinhos de 9, ou 25, ou 3, ou 17, ou de outras variadíssimos quantidades, assinaturas de uma beleza e elegância só atingíveis por homens muito bons e muito fortes. Impressionante, a capacidade que demonstravam.
Aos infelizes que ainda assim não lhes atribuíam grande valor, restava a inveja reprimida da leitura incrédula de nomeações e autorizações administrativas que oficialmente investiam naqueles homens, aqueles poderes para beneficio do povo do reino.
Era uma vez um reino com muita sorte por ter tantos homens tão bons e tão fortes.

Curta, esta fábula.
Produto de uma conversa que ouvi acidentalmente entre dois alienados que tomavam chá gelado em copos de plástico.
Acabei por tomar o resto d'um café sem açúcar e afastei-me a imaginar se aquela conversa maluca tinha alguma ligação mesmo que remota com notícias reais.
Quem sabe?
Mesmo de malucos alienados, é sempre possível algum momento de ligação à realidade.

José Soluciolino

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