Todo o dia de ontem esperei por uma forte reacção à classificação da dívida portuguesa. Quase nada. Fraco até.
Surpresa, admiração, dores de estômago e de outras partes do corpo, sim. Mas, reacção a sério, de quem tem por mais alta missão a defesa da soberania, dos valores e integridade nacional, muito pouco.
Mais fortes e convincentes foram algumas reacções vindas do exterior.
Incrivelmente de alguns daqueles que muito ganham com a nossa desgraça.
Os abutres da Moody's, por sua vez, reafirmam a classificação e até referem que tiveram em conta as mais recentes medidas de austeridade.
E eu quase aposto que quem, no tempo de Sócrates , nos penalizou por falta de coragem e de medidas de controlo sobre as contas nacionais, serão os mesmos que num futuro muito breve vão classificar-nos com o inqualificável com o pretexto do excesso nas medidas de controlo da despesa.
Dirão eles que paramos tanto a economia que já não a temos.
É o famoso; preso por ter cão e preso por não o ter.
É pena que há muito pouco tempo, ninguém classificava a actuação dos agências de rating como agora se vê por exemplo, na capa do O Primeiro de Janeiro.
Chego á conclusão que a visão sobre certos assuntos só é afectada pelo brilho das cores políticas. E não há óculos para esse mal.
José Soluciolino
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