"A BOMBA" o filme que estreou hoje.
Vê-se uma mão a colar uma carga explosiva numa tubagem que pertence a um emaranhado de tubagens.
É mostrado um flash de imagem sobre um edifício com colunatas monumentais.
Corredores com gente atarefada dão ideia das vidas que lá circulam.
Rapidamente a cena regressa á sala das máquinas. Tudo lá dá a ideia de, se for pelos ares, todo o edifício desabará.
Todos morrerão. Inocentes, não inocentes, visitantes incautos, velhinhos com ar cândido, crianças alegres e bonitas com a sua professora em visita de estudo.
O edifício é importante e todo um país sofrerá se algo de mal se passar ali.
De volta ao cenário semi-escuro.
A imagem geral da maquinaria reduz-se rapidamente para aquela pequena porção de tubo onde foi colada a bomba. Agora sim. É inequívoco que se trata de uma bomba.
De grande potência e, pela complexidade que aparenta é muito sofisticada. Altamente eficaz.
Tem imensos componentes electrónicos, fios de várias cores. Tubos transparentes onde são visíveis líquidos de varias cores e adivinha-se que, se os líquidos se misturarem.... Bum!!
Será um fim desastroso.
A nossa atenção centra-se agora, num mostrador digital e num pequeno botão que acaba de ser premido pela mão que identificamos como a que pertence ao vilão.
O gesto áspero, quase violento não deixa duvidas. É o vilão do filme.
Voltam a ser apresentadas imagens em flash dos jardins circundantes, das pessoas a circular, demasiadamente próximo e sem consciência do perigo em que se colocam.
Volta aparecer uma imagem do edifício..... Espera- espera- espera.
Reconheço o edifício. É......Não acredito. É a Assembleia da Republica!
E nesse mesmo instante, ainda em choque, a cena volta á sala do explosivo. Agora já lhe damos nome, um não sei o quê fê-la familiar para nós.
Talvez a comiseração que sentimos por todos aqueles inocentes, a impossibilidade de alterar-mos o filme, a imaginação que nos faz querer ser heróis e desfazer aquela ameaça.
Sim , talvez seja isso que nos faz chamar-lhe "a sala da bomba".
Mas, dizia eu que a cena volta rapidamente aquele local e desta vez a mão que accionou a bomba está ligada a um braço e esse braço pertence a..... Francisco Louçã?
Uháu!
As pequenas intrigas, os pequenos ódios e mesquinhices que alimentavam as entranhas do edifício são agora insignificantes perante a nova ameaça.
O mostrador digital começou a contagem decrescente e já passaram alguns minutos dos trinta dias que faltam para que tudo expluda.
Agora, corre tempo sobre a decisão de evacuar o edifício e provocar o pânico ou desmontar a bomba correndo o risco de a fazer explodir antes do tempo.
O filme começou e só o argumentista saberá como vai acabar.
Uma coisa é certa. Quem manda, por enquanto é o vilão. Foi ele que tomou a iniciativa e o efeito surpresa foi a primeira vitória.
Convenhamos. Uma bomba é cá uma surpresa do caraças!!
Quem não viu o filme foi Passos Coelho.
Está lá fora. Em Paris. Parece que gosta muito de lá ir.
Por cá, quem viu fala mal. Estavam á espera de serem eles a escrever o guião ??
Surpreeeeza!!!!!
José Soluciolino