quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Qualquer dia pagamos por respirar...

Já não bastavam os políticos a ter ideias para esmifrar o povo - palavra já utilizada e de grande aplicabilidade futura -, também os empresários dão contributos significativos nesse sentido.
Lisboa, 08 fev (Lusa) - O presidente da Martifer, Carlos Martins, defendeu hoje que o Governo português deve criar e cobrar um imposto sobre a emissão de dióxido de carbono, como parte da sua política energética.
Carlos Martins, que falava num painel sobre energias renováveis integrado no Congresso das Exportações, que decorre em Santa Maria da Feira, defendeu que esta medida teria impacto positivo sobre o preço dos combustíveis.
"Devia-se pagar um imposto do CO2. Em vez de termos o combustível muito mais caro do que Espanha devia-se cobrar aos transportadores internacionais que vêm cá carregar e descarregar", propôs.
Já agora digo que o homem está a defender o seu. O negócio dele está muito ligado às energias renováveis, amigas do ambiente.
Não condeno. O que me incomoda é a ideia em si.

Por falar em ideias, ainda lia as palavras "cobrar um imposto sobre a emissão de dióxido de carbono" e já se formava uma ideia nesta minha cabecinha porca.

Desculpem a linguagem utilizada mas, pensei imediatamente que a partir de agora; -Vou passar a peidar para dentro!
Assim não vão ser capazes de medir as minhas emissões. E sem medição não há imposto!

O que se passou depois desse pensamento mal cheiroso foi, uma reflexão mais ponderada.

E recordei uma reportagem passada à poucos dias na televisão, não sei em que canal, precisamente sobre poluição.

Apesar do ar inofensivo, vacas, búfalos ou camelos são das maiores ameaças para o ambiente. A produção de carne e as emissões de gases destes animais contribuem em 18% para o aumento do aquecimento global. Mais do que o sector dos transportes (13,5%).
A culpa é do sistema digestivo de ruminantes como as vaca, ovelhas, búfalos ou camelos, mas também de animais como o porco, que funciona como uma pequena fábrica de metano, um gás 20 vezes mais prejudicial para o ambiente do que o dióxido de carbono emitido pelos meios de transporte, que é enviado para a atmosfera pelo estrume e flatulência.
Curioso também é que, até a respiração desses animais é responsável pela emissão de metano.

Pondo isto nestes termos, passar do imposto sobre o CO2 a um imposto sobre o METANO é um pulinho.

E como também respiramos, e também comemos, e por via disso produzimos estrume e flatulência.
E como já pagamos tarifas de disponibilização e utilização de saneamento (entre as águas residuais domésticas lançadas nos esgotos públicos vão outras coisas mais sólidas), restam então as emissões gasosas.
Quer dizer respiração e flatulência.

E isto só quer dizer; qualquer dia pagamos por respirar.
Quanto mais vegetarianos, mais pagaremos!

E assim voltamos ao mesmo!
Por peidar não, porque vou peidar para dentro!


José Soluciolino

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